Psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade antissocial é um comportamento caracterizado pelo padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros que se inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta.
Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM IV), classificação dos transtornos mentais feita pela Associação Americana de Psiquiatria, o indivíduo com o chamado transtorno da personalidade antissocial tem como características principais o engodo e a manipulação e, para receber tal diagnóstico, deve ter pelo menos 18 anos e uma história de transtorno da conduta antes dos 15 anos.
No transtorno da conduta - assim chamado somente para quem o apresenta durante a infância - há um padrão de comportamento repetitivo e persistente, que consiste na violação dos direitos básicos dos outros, de normas e regras sociais importantes e adequadas à idade. O transtorno de conduta também é caracterizado por comportamentos específicos, tais como: agressão a pessoas e animais, destruição de propriedade e furto.
A chamada psicopatia ou transtorno da personalidade anti-social são diagnosticados, portanto, na idade adulta. O padrão de comportamento é caracterizado pelo não conformismo com normas legais e sociais e por atos repetidos que podem ser motivo de detenção (quer sejam presos ou não), tais como destruir propriedade alheia, importunar os outros, roubar ou dedicar-se à contravenção.
Nos casos extremos, são cometidos assassinatos. Os que cometem assassinatos em série ficaram conhecidos como serial killers, com a característica de manter um comportamento padrão com relação aos crimes, uma espécie de modo de operação para realizar o ato criminoso. Esse comportamento pode estar associado ainda a crimes de natureza sexual e à pedofilia .
Segundo o DSM-IV, a prevalência do transtorno da personalidade antissocial em amostras comunitárias é de cerca de 3% em homens e de 1% em mulheres. Tais estimativas em contextos clínicos têm variado de 3% a 30%, dependendo das características predominantes das populações pesquisadas. Essas taxas podem ser ainda mais altas em contextos forenses ou penitenciários e relacionados a abuso de drogas.
O diagnóstico do transtorno da personalidade antissocial não é feito, entretanto, quando o comportamento do adulto com tais características está relacionado somente com o uso de drogas, a menos que os sinais dessa patologia tenham estado presentes na infância e continuado na idade adulta. O diagnóstico também deverá excluir outros transtornos da personalidade, que podem apresentar alguma característica semelhante com o comportamento psicopático. Segundo o DSM-IV, deve-se levar em conta, portanto, a distinção entre os transtornos da personalidade existentes, com base nas diferenças e nos aspectos característicos de cada um.
Abaixo, os critérios de diagnóstico para o transtorno da personalidade antissocial listados pelo DSM-IV e pela CID-10 - Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - uma compilação de todas as doenças e condições médicas conhecidas, elaborada pela Organização Mundial de Saúde (OMS):
a) Um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
- fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção;
- propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer;
- impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro;
- irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas;
- desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia;
- irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras;
- ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa;
b) O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
c) Existem evidências de transtorno da conduta com início antes dos 15 anos de idade.
d) A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou episódio maníaco.
Amoral
Segundo o psiquiatra Onofre Marques, de São Paulo, um dos fundadores da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o indivíduo com personalidade psicopática (conhecida como PP no jargão dos profissionais) é amoral. "O PP amoral é um indivíduo incapaz de incorporar valores. Ele funciona sempre na relação prazer-desprazer imediato", diz o médico, em um de seus trabalhos sobre o assunto.
Quando tais pessoas são pressionadas pelo ambiente, especialmente em locais fechados, como as penitenciárias, atuam "de modo primoroso", segundo Marques, como que absorvendo os valores rígidos do meio. "No entanto, é só surgir uma pequena brecha nas regras para que sua amoralidade venha plenamente à tona", observa.
Em seu trabalho sobre personalidade psicopática, Geraldo José Ballone, psiquiatra e professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas (SP), diz que o psicopata não apenas transgride as normas, mas as ignora, considera-as obstáculos que devem ser superados na conquista de suas ambições. "A norma não desperta no psicopata a mesma inibição que produz na maioria das pessoas", afirma.
Ballone diz ainda que os psicopatas parecem ser refratários aos estímulos, tanto os negativos, como castigos, penas, contra-argumentações à ação, apelo moral, etc, como também os positivos, incluindo nesses casos carinho, recompensas, suavização de penas e apelos afetivos.
"Para o psicopata, a mentira é uma ferramenta de trabalho. Ele desvirtua a verdade com objetivo de conseguir algo para si, para evitar um castigo, para conseguir uma recompensa, para enganar o outro", destaca Ballone. Tal indivíduo não tem, portanto, consideração com as outras pessoas. Ballone diz que o outro também é uma espécie de ferramenta de trabalho do psicopata, "uma coisa, um objeto de manipulação para obter seus objetivos".
Aspecto Legal
Para se avaliar a responsabilidade de um delito cometido por um psicopata são estabelecidas, segundo Ballone, três regras criminais:
1. O psicopata não pode ser declarado insano a priori, antes de passar por um perito. A regra geral é que um imputado está ciente de seus atos, até que se demonstre o contrário. Baseando-se estritamente nos conhecimentos legais e psicopatológicos do certo e errado, os psicopatas são responsáveis e têm noção da natureza de seus atos, já que conhecem perfeitamente as normas, como todos os demais. Uma prova dessa noção é o fato de não agirem quando percebem que é maior a possibilidade de serem descobertos. "Em contrapartida, se nos referimos ao estritamente moral, a questão é mais ambígua, porque falta ao psicopata apego emocional e sentimento de culpa, como se faltasse ao cão o faro".
2. Impulso irresistível. Essa regra afirma que o sujeito pode, apesar de conhecer a diferença entre o bem e o mal, ter um impulso irresistível de cometer o ato. Tal opinião não é compartilhada por todos, já que alguns encontram ambiguidade na característica irresistível do impulso. Impulso implica espontaneidade e em alguns casos, o psicopata prepara cuidadosamente seu crime durante muito tempo antes de cometê-lo.
3. A terceira regra propõe que o sujeito não é responsável criminalmente se sua ação delituosa é produto de sua doença. De acordo com tal entendimento, uma pessoa não é responsável por uma conduta criminosa, se, no momento do delito, está com sua capacidade mental comprometida.
Ballone diz que existem, portanto, em tese, três possibilidades que a lei oferece aos tribunais de vários países para delitos cometidos por psicopatas: responsabilidade total; responsabilidade atenuada; e isenção de responsabilidade. Nessa última opção, o psicopata é considerado doente mental, com anomalia estrutural da personalidade, devendo ser encaminhado a um hospital psiquiátrico ou ao chamado manicômio judicial.
Helena Daltro Pontual / Agência Senado
Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado
Um espaço para trocarmos experiências sobre a Enfermagem Psiquiátrica e a Saúde Mental no Brasil
sexta-feira, 23 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
Integrar política de saúde mental à habitacional pode humanizar cuidado
Pacientes reivindicam maior independência no tratamento e querem ambientes que não lembrem hospitais.
A política de saúde mental no Brasil precisa ser integrada à política habitacional, como forma de humanizar o tratamento dos seus usuários. Essa é uma das conclusões do Encontro de Residenciais Terapêuticos encerrado neste domingo, 18, em Porto Alegre (RS).
Do encontro, que reuniu cerca de 500 profissionais, técnicos, cuidadores sociais e pacientes, será elaborado um documento a ser encaminhado à organização da Conferência Nacional de Saúde Mental, marcada para junho.
Os residenciais terapêuticos são profissionais que atuam em casas inseridas nas comunidades para acolher pessoas com problemas mentais. Adotadas a partir do ano 2000, são uma alternativa aos antigos manicômios no tratamento de pessoas com doenças mentais.
Segundo a psicóloga, Simone Frichembruder, uma das organizadoras do evento, os pacientes têm reivindicado maior independência no tratamento. "Essa foi um a questão importante, porque os usuários dizem que há muita interferência no tratamento. Eles querem uma vida mas autônoma", afirmou.
Para ela, os usuários querem viver em suas próprias casas e em ambientes que não lembrem hospitais. "Algumas pessoas (em tratamento) já moram sozinhas, trabalham e recebem a visita mensal do responsável por ela. Vivem uma vida independente".
Outra proposta sugerida no encontro, foi a necessidade de se implementar a supervisão no trabalho de residências terapêuticas. Hoje, disse Simone, o Ministério da Saúde faz supervisão apenas nos Centros de Atenção de Saúde.
Os residenciais terapêuticos ainda identificaram que a Região Norte do país demanda de uma política de saúde mental diferenciada das demais regiões. De acordo com Simone, a Região Norte tem características específicas que precisam ser observadas no tratamento dos doentes mentais. Ela acrescentou que há um déficit de ambientes de tratamento e de profissionais.
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,integrar-politica-de-saude-mental-a-habitacional-pode-humanizar-tratamento,540262,0.htm
A política de saúde mental no Brasil precisa ser integrada à política habitacional, como forma de humanizar o tratamento dos seus usuários. Essa é uma das conclusões do Encontro de Residenciais Terapêuticos encerrado neste domingo, 18, em Porto Alegre (RS).
Do encontro, que reuniu cerca de 500 profissionais, técnicos, cuidadores sociais e pacientes, será elaborado um documento a ser encaminhado à organização da Conferência Nacional de Saúde Mental, marcada para junho.
Os residenciais terapêuticos são profissionais que atuam em casas inseridas nas comunidades para acolher pessoas com problemas mentais. Adotadas a partir do ano 2000, são uma alternativa aos antigos manicômios no tratamento de pessoas com doenças mentais.
Segundo a psicóloga, Simone Frichembruder, uma das organizadoras do evento, os pacientes têm reivindicado maior independência no tratamento. "Essa foi um a questão importante, porque os usuários dizem que há muita interferência no tratamento. Eles querem uma vida mas autônoma", afirmou.
Para ela, os usuários querem viver em suas próprias casas e em ambientes que não lembrem hospitais. "Algumas pessoas (em tratamento) já moram sozinhas, trabalham e recebem a visita mensal do responsável por ela. Vivem uma vida independente".
Outra proposta sugerida no encontro, foi a necessidade de se implementar a supervisão no trabalho de residências terapêuticas. Hoje, disse Simone, o Ministério da Saúde faz supervisão apenas nos Centros de Atenção de Saúde.
Os residenciais terapêuticos ainda identificaram que a Região Norte do país demanda de uma política de saúde mental diferenciada das demais regiões. De acordo com Simone, a Região Norte tem características específicas que precisam ser observadas no tratamento dos doentes mentais. Ela acrescentou que há um déficit de ambientes de tratamento e de profissionais.
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,integrar-politica-de-saude-mental-a-habitacional-pode-humanizar-tratamento,540262,0.htm
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quarta-feira, 14 de abril de 2010
Laudo que soltou maníaco de GO tem um parágrafo

A Justiça se baseou em um parágrafo escrito a mão por uma psiquiatra formada em 2007 para libertar o pedreiro Adimar Jesus da Silva, assassino confesso de seis jovens em Luziânia, Goiás, e não citou um parecer em sentido contrário feito dias depois por outros especialistas. Os crimes foram cometidos depois que Silva foi posto em regime semiaberto, em dezembro do ano passado.
Questionada sobre os motivos da libertação do suspeito, a Vara de Execuções Penais citou, em nota oficial, trechos do texto escrito pela psicóloga Ana Claudia Sampaio, obtido pela reportagem do R7.
No texto, ela diz que Silva não apresentava sinais de doença mental, mas ressalta que só o examinou uma vez e que outra avaliação seria necessária. Mas a nota oficial da Justiça não menciona o laudo feito duas semanas depois e assinado por três especialistas, que alertava para a possibilidade de Silva voltar a cometer crimes.
Leia a íntegra da nota, assinada pela psiquiatra Ana Claudia, que começou a trabalhar em perícias em 2008:
“Conforme ofício nº 1847 / VEP de 17 de março de 2009 informo que o interno foi avaliado por mim uma única vez e que demonstra não possuir doença mental nem necessitar de medicação controlada. A continuidade de atendimento psicológico fica condiciona a avaliação de tal necessidade por parte do psicólogo do sistema prisional” (sic).
A pedido da reportagem, o psiquiatra forense Guido Palomba avaliou o texto.
– Isso não pode ser chamado de laudo. Isso não passa de um atestado, um papelucho.
Palomba é autor do livro Tratado de Psiquiatria Forense Civil e Penal, primeira obra em língua portuguesa a tratar do assunto. Para ele, um laudo “é uma peça composta de vários documentos”, e o texto escrito para avaliar Adimar Jesus da Silva “não é um laudo”.
– A Justiça não deveria ter considerado esses papéis.
Outro lado
Ana Claudia não quis dar entrevista ao R7. Ela disse estar em licença maternidade e fora de Brasília. Por e-mail, afirmou que não tinha "acesso ao que relatou no prontuário" de Silva e que só se manifestaria "após ter em mãos" os documentos.
Reações
A liberação de Silva repercutiu entre as autoridades brasileiras. O presidente so Sutremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, disse que é preciso fazer uma reforma na Justiça Criminal.
O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou que as mortes em Luziânia são "falhas no sistema".
A Associação dos Magistrados do Distrito Federal defendeu a decisão dos juízes de soltar Silva.
João Varella, do R7
http://noticias.r7.com/rio-e-cidades/noticias/laudo-que-soltou-maniaco-de-go-tem-um-paragrafo-20100414.html
Pesquisas com alucinógenos voltam a ser feitas nos EUA
Os cientistas norte-americanos ganharam permissão para estudar novamente o potencial de substâncias alucinógenas para tratamento de problemas mentais e entender a natureza da consciência. Os alucinógenos se tornaram um tabu entre as agências reguladoras norte-americanas após entusiastas como Timothy Leary tê-los promovido na década de 1960 com o slogan "Se Ligue, Sintonize e Caia Fora".
Como psicólogo clínico, Clark Martin estava bem familiarizado com os tratamentos tradicionais para depressão. Entretanto, um câncer no rim parecia intratável, mesmo com as intensas sessões de quimioterapia e outras terapias exaustivas. O aconselhamento parecia inútil para ele e as pílulas antidepressivas que ele testava também não funcionavam.
Nada teve um efeito duradouro até que, aos 65 anos, ele passou por sua primeira experiência psicodélica. Clark Martin participou de um experimento na escola médica da Universidade Johns Hopkins envolvendo a psilocibina, substância psicoativa encontrada em algumas espécies de cogumelos.
Após tomar o alucinógeno, Martin colocou um tapa-olho, fones de ouvido e se deitou em um sofá ouvindo música clássica enquanto contemplava o universo.
"De repente, tudo o que me era familiar começou a evaporar", lembra-se Martin. "Imagine você caindo de um barco em mar aberto. Aí você se vira e nota que o barco desapareceu. Então a água some. E aí você desaparece".
Hoje, mais de um ano depois, Martin afirma que aquela experiência de seis horas o ajudou a superar sua depressão e transformou profundamente seus relacionamentos com sua filha e amigos. Ele classifica esse momento como um dos eventos mais significativos da sua vida, que o torna membro típico de um clube crescente de voluntários em experimentos psicodélicos.
Pesquisadores de todo o mundo se reuniram na última semana em San José na maior conferência sobre a ciência psicodélica já realizada nos Estados Unidos. Eles debateram estudos sobre a psilocibina e outras substâncias psicodélicas para tratar depressão em pacientes com câncer, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), ansiedade do fim da vida, distúrbio de estresse pós-traumático e vício em drogas ou álcool.
Os resultados até agora são animadores, mas, também, preliminares. Os pesquisadores advertem que é um erro tentar achar sentidos escondidos nesses estudos em pequena escala. Eles não querem repetir os erros dos anos 1960, quando alguns cientistas, transformados em evangelistas, exageraram no entendimento sobre os riscos e os benefícios das drogas.
Como as reações aos alucinógenos podem variar dependendo da configuração dos testes, os pesquisadores e comitês de revisão desenvolveram diretrizes para estabelecer um ambiente confortável com monitores experientes para lidar com as reações. Os novos padrões podem fazer com que os efeitos das drogas sejam avaliados mais corretamente.
Traduzido por André Luiz Araújo
JOHN TIERNEY - THE NEW YORK TIMES
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=138428
Como psicólogo clínico, Clark Martin estava bem familiarizado com os tratamentos tradicionais para depressão. Entretanto, um câncer no rim parecia intratável, mesmo com as intensas sessões de quimioterapia e outras terapias exaustivas. O aconselhamento parecia inútil para ele e as pílulas antidepressivas que ele testava também não funcionavam.
Nada teve um efeito duradouro até que, aos 65 anos, ele passou por sua primeira experiência psicodélica. Clark Martin participou de um experimento na escola médica da Universidade Johns Hopkins envolvendo a psilocibina, substância psicoativa encontrada em algumas espécies de cogumelos.
Após tomar o alucinógeno, Martin colocou um tapa-olho, fones de ouvido e se deitou em um sofá ouvindo música clássica enquanto contemplava o universo.
"De repente, tudo o que me era familiar começou a evaporar", lembra-se Martin. "Imagine você caindo de um barco em mar aberto. Aí você se vira e nota que o barco desapareceu. Então a água some. E aí você desaparece".
Hoje, mais de um ano depois, Martin afirma que aquela experiência de seis horas o ajudou a superar sua depressão e transformou profundamente seus relacionamentos com sua filha e amigos. Ele classifica esse momento como um dos eventos mais significativos da sua vida, que o torna membro típico de um clube crescente de voluntários em experimentos psicodélicos.
Pesquisadores de todo o mundo se reuniram na última semana em San José na maior conferência sobre a ciência psicodélica já realizada nos Estados Unidos. Eles debateram estudos sobre a psilocibina e outras substâncias psicodélicas para tratar depressão em pacientes com câncer, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), ansiedade do fim da vida, distúrbio de estresse pós-traumático e vício em drogas ou álcool.
Os resultados até agora são animadores, mas, também, preliminares. Os pesquisadores advertem que é um erro tentar achar sentidos escondidos nesses estudos em pequena escala. Eles não querem repetir os erros dos anos 1960, quando alguns cientistas, transformados em evangelistas, exageraram no entendimento sobre os riscos e os benefícios das drogas.
Como as reações aos alucinógenos podem variar dependendo da configuração dos testes, os pesquisadores e comitês de revisão desenvolveram diretrizes para estabelecer um ambiente confortável com monitores experientes para lidar com as reações. Os novos padrões podem fazer com que os efeitos das drogas sejam avaliados mais corretamente.
Traduzido por André Luiz Araújo
JOHN TIERNEY - THE NEW YORK TIMES
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=138428
Pacientes terminais superam a depressão

“Sob a influência dos alucinógenos, os indivíduos transcendem sua identificação primária com seus corpos e experimentam estados mentais sem ego, antes da hora do seu fim físico”, explicou Grob. “Eles voltam com uma nova perspectiva e aceitação profunda da mudança inerente à vida”.
Os pesquisadores também observaram os efeitos das drogas ao fazerem exames por imagem nos cérebros sob influência de alucinógenos. Os cientistas estão especialmente intrigados com as semelhanças entre as experiências alucinógenas e as revelações relatadas por místicos religiosos.
Essas semelhanças foram identificadas em estudos com exames neurais por imagem conduzidos por Roland Griffiths, professor da Universidade Johns Hopkins.
Pesquisa conta com apoio de grupos privados
Embora as agências reguladoras dos EUA tenham voltado a permitir experimentos com psicodélicos, pouco dinheiro público foi concedido às pesquisas, que estão sendo realizadas na Universidade Johns Hopkins, Universidade Harvard, Universidade de Nova York e Universidade da Califórnia. Os estudos têm o apoio de grupos privados e sem fins lucrativos, como o Instituto de Pesquisa Heffter e a Associação Multidisciplinar para Estudos Psicodélicos (Maps).
“Essa é a união da ciência e da espiritualidade”, disse Rick Doblin, diretor da Maps. “Esperamos que as grandes empresas e a comunidade psicodélica possam se encontrar no meio do caminho e evitem outra guerra cultural. Graças às mudanças nos últimos 40 anos, estamos mostrando que essas drogas podem gerar benefícios que os tratamentos atuais não proporcionam”.
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=138428
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Psicofarmacologia para Enfermeiros
Local: ITESA - Rua Oriçanga, 141, Praça da Árvore,
São Paulo -SP, próximo ao Metrô Praça da Árvore
Carga Horária: 48 horas
Datas: início - 15/05/2010 - Sábado
O curso terá duração de 3 meses, sendo 2 sábados por mês.
Inscrições:
Luciana Souza - 11 2865 3286 ou 8095 1774
contato@enfermagempsiquiatrica.com.br
www.enfermagempsiquiatrica.com.br
São Paulo -SP, próximo ao Metrô Praça da Árvore
Carga Horária: 48 horas
Datas: início - 15/05/2010 - Sábado
O curso terá duração de 3 meses, sendo 2 sábados por mês.
Inscrições:
Luciana Souza - 11 2865 3286 ou 8095 1774
contato@enfermagempsiquiatrica.com.br
www.enfermagempsiquiatrica.com.br
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Mais de 9% dos idosos de SP abusam do álcool, diz HC
Mais de 9% dos idosos paulistanos consomem bebida alcoólica em excesso, segundo estudo realizado pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas (HC) de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde. O levantamento feito com 1.563 pessoas com 60 anos ou mais apontou que 9,1% dessa população abusa do álcool, o equivalente a 88 mil idosos da capital paulista. Mais do que isso, o estudo traçou um perfil dos idosos que sofrem com o problema.
Entre os dados que se destacam na pesquisa está a influência da escolaridade na incidência do alcoolismo na população idosa. Entre os idosos que nunca estudaram está o mais alto índice: 15,9%. O índice vai caindo conforme aumenta o tempo de estudo dos idosos. Na faixa que estudou de um a quatro anos, o índice de alcoolismo é de 10,9%; entre os que estudaram de 5 a 8 anos, é de 7,5%; de 9 a 11 anos de estudo, o índice chega a 4,4%. Já entre os idosos que estudaram por 12 anos ou mais, cai a 2,2%.
A pesquisa também mostrou que o alcoolismo está presente em todas as classes econômicas, mas principalmente entre as camadas mais pobres. A classe A tem 7% de sua população idosa sofrendo com o alcoolismo. Na classe B, são 3,1% dos idosos e na classe C, 8,8%. Na classe D estão 13,6% dos idosos com problema de alcoolismo e a classe E tem 18,3% dos idosos nessa situação.
Em relação ao estado civil, o maior índice de alcoolismo está entre os casados, com 13% de idosos alcoólatras. Os solteiros têm índice de 6,6% e os separados ou divorciados, 5,6%. Já entre viúvos, o índice é de 4,2%. No geral, o índice de alcoolismo entre os homens idosos atingiu os 20%. Entre as mulheres, esse número ficou em 3,1%.
Preocupação
"Os números são preocupantes. O consumo excessivo de álcool é extremamente prejudicial à saúde dessas pessoas acima dos 60 anos. Além dos males clínicos à saúde, há também os problemas sociais, de relacionamento com a família e com os amigos", afirma Cássio Bottino, coordenador do programa de Terceira Idade do Instituto de Psiquiatria.
Os idosos são mais sensíveis ao efeito do álcool. O uso abusivo de bebida alcoólica aumenta o risco de quedas, problemas de desnutrição, aumento de pressão arterial e doenças cardiovasculares. Além disso, como essa população frequentemente faz uso de medicamentos, a interação com o álcool pode ser altamente prejudicial.
Tratamento
A secretaria mantém dois serviços especializados em tratamento de adultos dependentes de álcool e drogas. Uma em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e outra em Itapira, no interior do Estado. O atendimento é feito por equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, psicólogos e terapeutas ocupacionais, entre outros.
Além de medicação específica, os pacientes em tratamento têm atendimento psicológico individual e coletivo, participam de atividades físicas e esportivas, como caminhada, natação e futebol, e realizam terapias ocupacionais, como oficinas de pintura, artesanato e expressão corporal, entre outras.
O objetivo das duas clínicas é oferecer um modelo voltado à desintoxicação, mas fora do ambiente de enfermaria hospitalar para o qual essas pessoas costumam ser encaminhadas. Cabe aos municípios realizar a triagem desses pacientes, verificando a necessidade de internação.
AE - Agência Estado
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,mais-de-9-dos-idosos-de-sp-abusam-do-alcool-diz-hc,521710,0.htm
Entre os dados que se destacam na pesquisa está a influência da escolaridade na incidência do alcoolismo na população idosa. Entre os idosos que nunca estudaram está o mais alto índice: 15,9%. O índice vai caindo conforme aumenta o tempo de estudo dos idosos. Na faixa que estudou de um a quatro anos, o índice de alcoolismo é de 10,9%; entre os que estudaram de 5 a 8 anos, é de 7,5%; de 9 a 11 anos de estudo, o índice chega a 4,4%. Já entre os idosos que estudaram por 12 anos ou mais, cai a 2,2%.
A pesquisa também mostrou que o alcoolismo está presente em todas as classes econômicas, mas principalmente entre as camadas mais pobres. A classe A tem 7% de sua população idosa sofrendo com o alcoolismo. Na classe B, são 3,1% dos idosos e na classe C, 8,8%. Na classe D estão 13,6% dos idosos com problema de alcoolismo e a classe E tem 18,3% dos idosos nessa situação.
Em relação ao estado civil, o maior índice de alcoolismo está entre os casados, com 13% de idosos alcoólatras. Os solteiros têm índice de 6,6% e os separados ou divorciados, 5,6%. Já entre viúvos, o índice é de 4,2%. No geral, o índice de alcoolismo entre os homens idosos atingiu os 20%. Entre as mulheres, esse número ficou em 3,1%.
Preocupação
"Os números são preocupantes. O consumo excessivo de álcool é extremamente prejudicial à saúde dessas pessoas acima dos 60 anos. Além dos males clínicos à saúde, há também os problemas sociais, de relacionamento com a família e com os amigos", afirma Cássio Bottino, coordenador do programa de Terceira Idade do Instituto de Psiquiatria.
Os idosos são mais sensíveis ao efeito do álcool. O uso abusivo de bebida alcoólica aumenta o risco de quedas, problemas de desnutrição, aumento de pressão arterial e doenças cardiovasculares. Além disso, como essa população frequentemente faz uso de medicamentos, a interação com o álcool pode ser altamente prejudicial.
Tratamento
A secretaria mantém dois serviços especializados em tratamento de adultos dependentes de álcool e drogas. Uma em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e outra em Itapira, no interior do Estado. O atendimento é feito por equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, psicólogos e terapeutas ocupacionais, entre outros.
Além de medicação específica, os pacientes em tratamento têm atendimento psicológico individual e coletivo, participam de atividades físicas e esportivas, como caminhada, natação e futebol, e realizam terapias ocupacionais, como oficinas de pintura, artesanato e expressão corporal, entre outras.
O objetivo das duas clínicas é oferecer um modelo voltado à desintoxicação, mas fora do ambiente de enfermaria hospitalar para o qual essas pessoas costumam ser encaminhadas. Cabe aos municípios realizar a triagem desses pacientes, verificando a necessidade de internação.
AE - Agência Estado
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,mais-de-9-dos-idosos-de-sp-abusam-do-alcool-diz-hc,521710,0.htm
Estão abertas as inscrições para a Conferência Municipal de Saúde Mental
Estão abertas as inscrições para a 4ª Conferência Municipal de Saúde Mental de Sorocaba. O evento é preparatório para as etapas estadual e nacional e será realizado no dia 10 de abril, das 8h às 18h30, no auditório do Centro Arquidiocesano de Pastoral. Além de elaborar propostas que serão encaminhada para os outros níveis de discussão, o objetivo principal do evento é avaliar a Política Municipal de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, na perspectiva da intersetorialidade.
Para isso, explicou a coordenadora geral da Conferência, a médica psiquiatra Maria Clara Schnaidman Suarez, participarão das atividades vários setores da sociedade e não apenas da área saúde, que terá representantes do poder público, pacientes, funcionários e prestadores de serviço de Saúde Mental. As inscrições para os delegados e observadores devem ser feitas até dia 07 de abril, das 9h às 12h ou das 14h às 17h, na Secretaria da Saúde, localizada no terceiro andar da Prefeitura.
Conforme Maria Clara, os trabalhos serão organizados em três eixos. Antes da divisão dos grupos que participarão dos debates e da elaboração de propostas, haverá duas palestras ministradas por convidados. “A primeira será com o desembargador do Estado de São Paulo, Dr. Antônio Carlos Malheiros, que além de jurista, tem larga experiência e milita na área dos direitos humanos. Em seguida, participará o Dr. Sérgio Tamai, doutor em psiquiatria e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo”, comentou.
As vagas
Estão disponíveis 210 vagas para delegados, distribuídos entre 70% - 147 delegados - do setor da saúde, incluindo os segmentos dos usuários, gestores, prestadores de serviço e os profissionais da Saúde Mental; e 30% - 63 delegados - da área intersetorial, com representantes de Conselhos Municipais, Secretarias, Câmara Municipal, entidades, área da segurança pública, universidades, faculdades e organizações não-governamentais.
Há, ainda, outras 21 vagas para observadores. Neste caso, a distribuição dos inscritos deverá respeitar o limite de 7 vagas para cada eixo da Conferência. Diferente dos delegados, que têm direito a voto nas discussões de grupo e na plenária final, os observadores terão direito a voz.
Os eixos são: I – Saúde Mental e Políticas de Estado: pactuar caminhos intersetoriais; II – Consolidar a rede de atenção Psicossocial e fortalecer os movimentos sociais; e III – Direitos Humanos e Cidadania como desafio ético e intersetorial.
http://www.redebomdia.com.br/Noticias/Dia-a-dia/16262/Estao+abertas+as+inscricoes+para+a+Conferencia+Municipal+de+Saude+Mental
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Para isso, explicou a coordenadora geral da Conferência, a médica psiquiatra Maria Clara Schnaidman Suarez, participarão das atividades vários setores da sociedade e não apenas da área saúde, que terá representantes do poder público, pacientes, funcionários e prestadores de serviço de Saúde Mental. As inscrições para os delegados e observadores devem ser feitas até dia 07 de abril, das 9h às 12h ou das 14h às 17h, na Secretaria da Saúde, localizada no terceiro andar da Prefeitura.
Conforme Maria Clara, os trabalhos serão organizados em três eixos. Antes da divisão dos grupos que participarão dos debates e da elaboração de propostas, haverá duas palestras ministradas por convidados. “A primeira será com o desembargador do Estado de São Paulo, Dr. Antônio Carlos Malheiros, que além de jurista, tem larga experiência e milita na área dos direitos humanos. Em seguida, participará o Dr. Sérgio Tamai, doutor em psiquiatria e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo”, comentou.
As vagas
Estão disponíveis 210 vagas para delegados, distribuídos entre 70% - 147 delegados - do setor da saúde, incluindo os segmentos dos usuários, gestores, prestadores de serviço e os profissionais da Saúde Mental; e 30% - 63 delegados - da área intersetorial, com representantes de Conselhos Municipais, Secretarias, Câmara Municipal, entidades, área da segurança pública, universidades, faculdades e organizações não-governamentais.
Há, ainda, outras 21 vagas para observadores. Neste caso, a distribuição dos inscritos deverá respeitar o limite de 7 vagas para cada eixo da Conferência. Diferente dos delegados, que têm direito a voto nas discussões de grupo e na plenária final, os observadores terão direito a voz.
Os eixos são: I – Saúde Mental e Políticas de Estado: pactuar caminhos intersetoriais; II – Consolidar a rede de atenção Psicossocial e fortalecer os movimentos sociais; e III – Direitos Humanos e Cidadania como desafio ético e intersetorial.
http://www.redebomdia.com.br/Noticias/Dia-a-dia/16262/Estao+abertas+as+inscricoes+para+a+Conferencia+Municipal+de+Saude+Mental
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quinta-feira, 1 de abril de 2010
HC inaugura brinquedoteca para tratamento psiquiátrico em São Paulo
São Paulo - Fantasias, bonecas, carrinhos, massinha e, principalmente, peças de Lego serão ferramentas para o tratamento das crianças e adolescentes atendidos pelo Instituto de Psiquiatria (IPQ) do Hospital das Clínicas (HC). A brinquedoteca, inaugurada ontem, será mais um espaço para que psicólogos e psiquiatras trabalhem as dificuldades das crianças.
Os pais também serão convidados a participar das atividades. Com orientação de médicos, os adultos serão ensinados a trabalhar com os filhos com dificuldade e a auxiliar o desenvolvimento das crianças por meio do brincar.
Equipada com dois computadores, mesas, tabuleiro de xadrez, palco e repleta de jogos e atividades lúdicas, a brinquedoteca será usada por cerca de 40 crianças diariamente. O Hospital das Clínicas já tem uma brinquedoteca em funcionamento na ala pediátrica, destinada às crianças internadas, também para auxiliar o tratamento. As informações são do Jornal da Tarde.
AE
http://www.abril.com.br/noticias/ciencia-saude/hc-inaugura-brinquedoteca-tratamento-psiquiatrico-sao-paulo-983025.shtml
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Os pais também serão convidados a participar das atividades. Com orientação de médicos, os adultos serão ensinados a trabalhar com os filhos com dificuldade e a auxiliar o desenvolvimento das crianças por meio do brincar.
Equipada com dois computadores, mesas, tabuleiro de xadrez, palco e repleta de jogos e atividades lúdicas, a brinquedoteca será usada por cerca de 40 crianças diariamente. O Hospital das Clínicas já tem uma brinquedoteca em funcionamento na ala pediátrica, destinada às crianças internadas, também para auxiliar o tratamento. As informações são do Jornal da Tarde.
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