Um tipo de exame genético foi desenvolvido como projeto de pesquisa no Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo. Por meio de uma amostra de sangue, o teste rastreia a ação de enzimas que ajudam no metabolismo de medicamentos. Existem três tipos de metabolizadores: os normais, os ultrarrápidos e os lentos.
– Uma pequena porção da população metaboliza muito rápido os medicamentos, tão rápido que não dá tempo de o remédio fazer efeito. São aquelas pessoas que dizem “doutor, o remédio não adiantou nada, é como se estivesse tomando água”. Não teve efeito terapêutico e nem colateral – explica o psiquiatra Wagner Gattaz, presidente do IPq e coordenador do projeto de farmacogenética.
No IPq, o estudo começou com base na observação de pacientes que eram medicados e não melhoravam. Foi o caso de Luana, 16 anos (o nome foi preservado a pedido do médico), diagnosticada com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) muito grave desde os 10 anos. A jovem passava de quatro a cinco horas tomando banho porque tinha que passar por um ritual diário de higienização e, quando achava que tinha cometido algum erro, recomeçava a limpeza.
Durante cinco anos, a paciente havia feito tratamentos e não respondeu a nenhum medicamento. O médico desconfiou que ela fosse uma metabolizadora ultrarrápida e a submeteu ao exame. O resultado confirmou a suspeita clínica e o tratamento foi modificado com segurança.
O teste metabólico é oferecido em poucos locais no Brasil. Na USP, pelo menos 400 pessoas já fizeram o exame. Na universidade, o pedido feito diretamente pelo paciente não é aceito.
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