quarta-feira, 11 de maio de 2011

Obesidade e auto-estima podem andar juntas?

Vários fatores influenciam no comportamento de pessoas obesas. Há algumas que conseguem ser felizes mesmo estando com sobrepeso. Mas, parte delas sofre com a baixa auto-estima.
A psicóloga clínica, especializada em transtornos alimentares, Aline Amazonas, atende em seu consultório pessoas obesas todos os dias, há sete anos. Ela aponta que a auto-estima e a felicidade podem sim ser características dos gordinhos.

Aline concorda com a afirmação de que obesidade e felicidade podem caminhar juntas, mas há um limite para essa relação. E esse limite é ditado pela saúde.

Felicidade saudável

Ser um “gordinho feliz” pode ocorrer enquanto há apenas um sobrepeso moderado. Ser um obeso feliz não é algo plenamente possível. “Tem as modelos gordinhas que estão no mercado de trabalho. Mas, será que lá dentro elas queriam ser gordinhas. Não se sabe se isso é uma proteção. Até quando isso é real. Isso me faz feliz sempre? Tem um monte de paciente que se diz feliz e quando emagrece adora”, revela.

As pessoas devem prestar atenção até quando a obesidade é aceitável. “Até quando isso não me faz mal? Elas devem se questionar se são realmente felizes. As pessoas têm medo de morrer. Ser gordinho só é legal quando não mexe com sua saúde. Obesidade grau1 é bonitinha, mas no grau 3 está cheia de comorbidades (doenças associadas)”, aponta.

De acordo com Aline, não se trata de defender, ou incentivar o culto da magreza. Mas, de atentar para os problemas gerados pelo excesso de peso.
É possível ser um gordinho feliz, mas a saúde pode impedir que um obeso mórbido tenha uma auto-estima elevada.

Literatura

Vários livros falam sobre o tema obesidade. Um deles, lançado no último mês pela Matrix Editora, “AleGGria – Linda, gostosa, amada, poderosa e muito feliz com o peso que você tem” da escritora Nelma Penteado, que também é especialista em técnicas motivacionais.

A obra apresenta uma nova perspectiva de vida para as mulheres que se encontram acima do peso. A autora ressalta a beleza feminina que foge dos padrões e tipos ideais.

Não se pode generalizar

A psicóloga, além de alertar para a necessidade de se pensar na saúde, aponta a necessidade de se analisar os motivos responsáveis pela a obesidade de cada um. Ela diz que não existe uma receita ideal para se aceitar ou combater a gordura.

“Quando sou gordo, eu tenho as minhas limitações externas e internas. Quando se emagrece a imagem melhora. Mas, cada história é um contexto. Não podemos particularizar as histórias. Cada um deve observar a origem dessa obesidade em particular. O que importa é a saúde e o bem estar”, finaliza.

Leandro Tapajós
http://acritica.uol.com.br/vida/Obesidade-auto-estima-andar-juntas_0_478152608.html

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