No Brasil, 25 pessoas se matam por dia, fazendo do país o 11º colocado no ranking mundial de suicídios, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. As informações foram divulgadas pelo psiquiatra Neury José Botega, professor da Unicamp, durante a 28ª edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que escolheu a prevenção do suicídio como um dos temas principais. O encontro, em Fortaleza, vai até sábado (30).
"A questão do suicídio é realmente um problema de saúde pública porque temos um alto índice de pessoas que estão passando por muito sofrimento e que poderiam ter sido ajudadas caso não tivessem se matado", afirmou à Folha.
Segundo ele, os dados de suicídio podem ser ainda maiores do que os divulgados oficialmente, já que não é raro que muitos casos acabem recebendo outra caracterização na certidão de óbito: "O medo de não receber o dinheiro do seguro pode fazer com que muitas famílias pressionem os médicos a atestar falência múltipla dos órgãos em vez de suicídio".
Botega afirma que o aumento dos casos de depressão e de consumo de álcool e drogas são sinais preocupantes e que podem justificar o aumento dos índices de suicídio, principalmente entre adultos jovens: "São pessoas entre os 25 e os 40 anos que estão numa fase produtiva da vida. A competitividade e a solidão nas grandes cidades são alguns dos pacotes de alta tensão social que favorecem a uma sensação de desamparo e aumentam as formas alternativas de sentir prazer, como recorrer às drogas e ao álcool."
Segundo ele, os sinais de que alguém está cogitando tirar a própria vida não podem ser ignorados: "Aqui não vale a máxima do 'cão que ladra não morde'. Muitas vezes a pessoa dá sinais, fala até mesmo vagamente em se matar, mas acaba não sendo levada a sério".
ESTRATÉGIA
O psiquiatra apresentou no congresso dados de uma pesquisa internacional realizada pela OMS de que ele participou, comparando estratégias de prevenção ao suicídio.
Ao todo, foram analisadas 1.867 pessoas que tentaram o suicídio em cinco cidades do mundo. Após terem alta do hospital, metade delas recebeu o tratamento usual --mero encaminhamento a um serviço de saúde-- e a outra metade teve um acompanhamento intensivo, com entrevistas motivacionais e contatos telefônicos periódicos por 18 meses.
Ao final do experimento, apenas 0,2% das pessoas que receberam acompanhamento intensivo chegaram a praticar o suicídio, taxa dez vezes menor do que no grupo que recebeu o tratamento usual. "O contato telefônico periódico criava uma rede de apoio e ajudava a pessoa que já tinha tentado se matar a ressignificar o que havia acontecido na vida dela", diz.
http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=215548
Um espaço para trocarmos experiências sobre a Enfermagem Psiquiátrica e a Saúde Mental no Brasil
domingo, 31 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Revista Autismo
Revista Autismo - 1a revista sobre Autismo em língua portuguesa!
Informação gerando ação - Revista Autismo
Informação gerando ação - Revista Autismo
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Juliano Moreira promove caminhada em homenagem ao Dia Mundial da Saúde Mental
O Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira promoverá várias atividades em homenagem ao "Dia Mundial da Saúde Mental", comemorado no dia 10 de outubro. Já na manhã desta quinta-feira, dia 7, pacientes, familiares e funcionários da instituição se reúnem em uma caminhada na orla do Cabo Branco, com o objetivo de chamar a atenção da população para o tema "De mãos dadas contra o preconceito".
A concentração para a caminhada será na frente do restaurante Tererê, às 7h. O grupo será acompanhado pela banda Dom Helder Câmara até o final do percurso, no Busto de Tamandaré, onde será servido um café da manhã. O público presente ainda terá a oportunidade de conhecer o artesanato produzido pelos pacientes do Juliano Moreira. As peças estarão expostas e poderão ser adquiridas por quem se interessar.
A iniciativa quer chamar a atenção da sociedade para um problema muito comum a todos aqueles que sofrem com doenças mentais: a rejeição. Muitos dos pacientes da unidade psiquiátrica acabam abandonados pelas famílias.
Dos 240 pacientes internados, atualmente, no Complexo, mais de 40 foram esquecidos pelos parentes. "Muito deles já estão internados há mais de 30 anos, sem receber visitas de ninguém. Eles são conhecidos como pacientes residentes", explicou Wandemberg Machado, coordenador do Setor de Psicologia da instituição.
Atividades como a que será realizada na quinta-feira são tentativas de ressocializar os internos e diminuir o preconceito da sociedade com estas pessoas.
http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20101006072855&cat=paraiba&keys=juliano-moreira-promove-caminhada-homenagem-ao-dia-mundial-saude-mental
A concentração para a caminhada será na frente do restaurante Tererê, às 7h. O grupo será acompanhado pela banda Dom Helder Câmara até o final do percurso, no Busto de Tamandaré, onde será servido um café da manhã. O público presente ainda terá a oportunidade de conhecer o artesanato produzido pelos pacientes do Juliano Moreira. As peças estarão expostas e poderão ser adquiridas por quem se interessar.
A iniciativa quer chamar a atenção da sociedade para um problema muito comum a todos aqueles que sofrem com doenças mentais: a rejeição. Muitos dos pacientes da unidade psiquiátrica acabam abandonados pelas famílias.
Dos 240 pacientes internados, atualmente, no Complexo, mais de 40 foram esquecidos pelos parentes. "Muito deles já estão internados há mais de 30 anos, sem receber visitas de ninguém. Eles são conhecidos como pacientes residentes", explicou Wandemberg Machado, coordenador do Setor de Psicologia da instituição.
Atividades como a que será realizada na quinta-feira são tentativas de ressocializar os internos e diminuir o preconceito da sociedade com estas pessoas.
http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20101006072855&cat=paraiba&keys=juliano-moreira-promove-caminhada-homenagem-ao-dia-mundial-saude-mental
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Mitos prejudicam tratamento do transtorno bipolar
Crenças sobre o transtorno bipolar causam baixa adesão dos pacientes ao tratamento.
Há quem creia que a doença é só um problema emocional, e que remédios fazem mais mal do que bem. São mitos endossados por quase metade dos doentes e familiares, diz pesquisa do IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da USP.
Foram avaliados frequentadores de encontros no instituto: 40% têm crenças errôneas sobre a natureza da doença, o papel da família e os efeitos da medicação. A doença se caracteriza por crises de euforia e depressão. Em geral, surge na adolescência ou início da vida adulta e tem forte componente genético.
"Foi uma surpresa encontrar essas crenças em pessoas que frequentam encontros psicoeducacionais", diz Ricardo Moreno, diretor do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas do IPq.
ALIANÇA TERAPÊUTICA
Moreno afirma que o controle do transtorno depende de aliança terapêutica com o paciente e parentes. "Qualquer interferência, seja da crença do paciente ou da família, pode levar à interrupção do tratamento."
"É bem comum que o paciente abandone o tratamento por não acreditar na doença", reforça a psiquiatra Thaís Zélia dos Santos, da Santa Casa de São Paulo.
O tratamento inclui remédios para estabilizar o humor. "O medicamento é essencial e para a vida toda. Os pacientes me perguntam se vão virar escravos. Eu digo: quem tem depressão ou mania não tem liberdade, tem um sofrimento que não controla e um comportamento que traz consequências."
Sem tratamento, bipolares podem levar vida normal por períodos, já que a doença é cíclica. Só que vão acumulando danos nas relações.
A doença não tem cura. "Precisamos combater a ignorância, o preconceito e o estigma. Preconceito e estigma começam no próprio indivíduo e na família. Eles precisam mudar a atitude, e não esperar que o mundo se transforme", diz Moreno.
http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=213824
Há quem creia que a doença é só um problema emocional, e que remédios fazem mais mal do que bem. São mitos endossados por quase metade dos doentes e familiares, diz pesquisa do IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da USP.
Foram avaliados frequentadores de encontros no instituto: 40% têm crenças errôneas sobre a natureza da doença, o papel da família e os efeitos da medicação. A doença se caracteriza por crises de euforia e depressão. Em geral, surge na adolescência ou início da vida adulta e tem forte componente genético.
"Foi uma surpresa encontrar essas crenças em pessoas que frequentam encontros psicoeducacionais", diz Ricardo Moreno, diretor do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas do IPq.
ALIANÇA TERAPÊUTICA
Moreno afirma que o controle do transtorno depende de aliança terapêutica com o paciente e parentes. "Qualquer interferência, seja da crença do paciente ou da família, pode levar à interrupção do tratamento."
"É bem comum que o paciente abandone o tratamento por não acreditar na doença", reforça a psiquiatra Thaís Zélia dos Santos, da Santa Casa de São Paulo.
O tratamento inclui remédios para estabilizar o humor. "O medicamento é essencial e para a vida toda. Os pacientes me perguntam se vão virar escravos. Eu digo: quem tem depressão ou mania não tem liberdade, tem um sofrimento que não controla e um comportamento que traz consequências."
Sem tratamento, bipolares podem levar vida normal por períodos, já que a doença é cíclica. Só que vão acumulando danos nas relações.
A doença não tem cura. "Precisamos combater a ignorância, o preconceito e o estigma. Preconceito e estigma começam no próprio indivíduo e na família. Eles precisam mudar a atitude, e não esperar que o mundo se transforme", diz Moreno.
http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=213824
Assinar:
Postagens (Atom)