domingo, 15 de agosto de 2010

Congresso Brasileiro de Psiquiatria 2010

A 28ª edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria (CBP), promovido pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que acontece de 27 a 30 de outubro, no Centro de Convenções do Ceará, em Fortaleza (CE), tem como tema “Ciência e Compromisso Social”, visando reforçar as boas práticas de saúde mental à população. Entre as 160 atividades científicas estão cursos voltados para psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, estudantes e demais profissionais da área de saúde.
Temas como a base para melhor utilização dos neuropsicofármacos e interações medicamentosas, atenção ao idoso, internação de dependentes químicos e enfermarias especializadas, perícia em psiquiatria forense, uso de medicamentos na gravidez e na infância e adolescência, integram a grade de cursos.
Confira abaixo a grade completa:
Cursos:
27/10
- A perícia em psiquiatria forense: fundamentos
Docentes: Júlio César Fontana-Rosa; Elias Abdalla Filho; Hilda Morana; Talvane de Moraes
- Demência no idoso: da clínica ao tratamento
Docentes: Jerson Laks; Cláudia Débora Silberman; Felipe Kenji Sudo; Annibal Campos Truzz
- Interações medicamentosas e uso adequado dos neuropsicofármacos nas especialidades médicas
Docentes: Douglas Dogol Sucar; Marcelo Allevato; Dirceu Zorzetto Filho
28/10
- Organização de serviço de internação para dependentes químicos: uma proposta de gerenciamento de caso numa enfermaria especializada
Docentes: Ronaldo Ramos Laranjeira; Alessandra Diehl; Daniel Cruz Cordeiro
- Transtornos mentais relacionados ao trabalho: diagnóstico, prevenção, perícia (incapacidade laboral) e nexo (causal e epidemiológico)
Docentes: Duílio Antero de Camargo; Edson Shiguemi Hirata; Sergio Paulo Rigonatti
29/10
- Avanços no tratamento multidisciplinar da esquizofrenia
Docentes: Rodrigo Bressan; Cecília Attux Lacaz; Cecília Cruz Villares; Arthur Berberian
- Uso de psicofármacos na gravidez
Docentes: Amaury Cantilino; Vera Lucia Carvalho Tess; Joel Rennó Jr.; Rodrigo da Silva Dias
30/10
- Atualização em psicofarmacologia na infância e adolescência
Docentes: Fabio Barbirato; César de Moraes; Fernando Ramos Asbahr
- Bases farmacológicas dos tratamentos psiquiátricos: mitos e realidades
Docentes: Marco Antonio Brasil; Francisco Silveira Guimarães; Cristina Marta Del Bem; Eugenio Horácio Grevet
Para maiores informações, inscrições e programação completa, acesse o site do congresso http://www.cbpabp.org.br/
Evento: Congresso Brasileiro de Psiquiatria
Data: de 27 a 30 de outubro de 2010
Local: Centro de Convenções do Ceará - Fortaleza – CE

Ambulatório de psiquiatria é inaugurado na Zona Norte de SP - II a Missão!

Sobre o post abaixo - atentar para o destaque "Segurança... Devido ao tipo de atendimento realizado..." - ai que medo - ui ui ui!!! rsrsrs

Entretanto... muito legal a inauguração de um AME só de Psiquiatria!

Bjs., Cláudia

Ambulatório de psiquiatria é inaugurado na Zona Norte de SP

Foi inaugurado, na manhã desta terça-feira (10), o primeiro Ambulatório Médico de Especialidades (AME) em psiquiatria do estado. A unidade fica na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo, e deve atender pacientes com quadros clínicos mais complexos, mas que não precisam de internação.

No total, 25 psiquiatras vão fazer o atendimento, que receberá pacientes encaminhados de outras unidades de saúde do estado e do município. Somente após o controle do problema o paciente será encaminhado ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

No local, vai haver atendimento exclusivo para os principais grupos de portadores de doenças mentais, como os depressivos e com transtorno bipolar, os dependentes de álcool e drogas, os pacientes com transtornos psicóticos e esquizofrenia e idosos com transtornos mentais, além de psiquiatria infantil e de adolescente.


O governador Alberto Goldman esteve na inauguração, junto do prefeito Gilberto Kassab. “Estamos dando exemplo para todo o país, de como se trata essa questão, que envolve dependentes de drogas e álcool. Nós não podemos evitar a entrada das drogas, porque não é nossa responsabilidade. Com a nossa medicina, temos que tratar aqueles que são dependentes de álcool e de drogas”, afirma Goldman.


Segundo o governo estadual, o projeto uniu os principais especialistas de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do Hospital das Clínicas de São Paulo e da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. “Essa AME no campo da psiquiatria terá, sem dúvida, condição de tirar as pessoas da fila com atendimento muito mais rápido no campo tão importante da medicina”, afima Kassab.

Essa é a 32ª AME inaugurada no estado, mas a primeira especializada em psiquiatria. Goldman disse que, até o fim do ano, deve ser inaugurada uma unidade semelhante na Zona Sul da capital.

Segurança

Devido ao tipo de atendimento realizado, vidros das janelas e portas da AME são revestidos com uma película protetora, para evitar que sejam estilhaçados. O prédio conta com uma ala para observação de pacientes em surto, uma área externa de convívio e uma brinquedoteca para crianças em atendimento.

Caroline Hasselmann - Do G1 SP
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/08/ambulatorio-de-psiquiatria-e-inaugurado-na-zona-norte-de-sp.html

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Droga para hiperativos tem uso banalizado

O medicamento usado no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) - vendido no País como Ritalina (Novartis) e Concerta (Jassen-Cilag) - está entre as substâncias controladas mais consumidas no País. Entre 2000 e 2008, o número de caixas vendidas passou de 71 mil para 1,147 milhão - aumento de 1.616%. A alta no consumo veio acompanhada de questionamentos sobre a banalização do uso do remédio à base de metilfenidato entre crianças e adolescentes.

Alguns especialistas apontam a demanda reprimida por tratamento que existia e ainda existe no Brasil como uma explicação para o inchaço nas vendas. Para outros, o fenômeno seria resultado de diagnósticos malfeitos, e crianças que simplesmente não se encaixam no padrão de aprendizagem e comportamento estariam sendo "domadas" à base de psicotrópicos.

O que alimenta ainda mais a polêmica é a dificuldade de diagnosticar o TDAH. Não há um exame definitivo. Os médicos se baseiam em relatos subjetivos de pais e professores sobre o comportamento da criança e num questionário com 18 sintomas relativamente comuns entre jovens, como falar em demasia, interromper conversas e dificuldade para esperar.

"O diagnóstico deve ser feito por um médico treinado, mas envolve também outros especialistas, como psicólogo, psicomotricista e fonoaudiólogo. É preciso descartar outros problemas de saúde que possam afetar o comportamento e o aprendizado", explica o psiquiatra infantil Francisco Assumpção, da Universidade de São Paulo (USP). "Mas muitas vezes os critérios são preenchidos pela própria escola ou até mesmo pelos pais, que me procuram apenas para pedir o remédio. Ora, não sou fábrica de receita."

Nem todo médico é tão rigoroso. O analista legislativo Luís Fernando Leite dos Santos conta que sua filha de 16 anos foi recentemente diagnosticada como portadora de TDAH por ter apresentado alterações de humor e queda de rendimento no último bimestre escolar. "A mãe procurou um neurologista já convencida do problema. Embora o relatório da escola afirmasse que o nível de dispersão nas aulas não era tão relevante, o médico receitou o remédio e ainda disse que eu poderia pegá-lo no posto de saúde", diz o pai, inconformado. "Uma adolescente que está namorando pela primeira vez tem todos os motivos para estar avoada. Mas a mãe não admite que ela repita de ano."

No caso do garoto João Petrika, de 12 anos, a simples mudança de escola fez milagres. Há cerca de quatro anos ele foi diagnosticado como hiperativo e ingressou num programa de tratamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Fez terapia e tomou remédios. Mas o desempenho escolar só melhorou neste ano. "Antes ele fazia de tudo para evitar a escola. Agora que mudou de colégio, tem apenas três faltas", conta o pai Antonio Petrika, segundo o qual o tratamento na Unifesp ajudou muito. Mas João, há dois anos sem remédios, tem outra explicação para a mudança de comportamento. "Gosto mais desta escola porque os professores são melhores. Na anterior, ficavam gritando o tempo todo. Eu ficava nervoso e não queria fazer mais nada."

Na moda. O TDAH é um dos transtornos mentais mais comuns em crianças e se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Estudos indicam que a prevalência na população é de 5%. Isso significa que numa sala de aula com 40 alunos, pelo menos 2 teriam a doença.

Mas em algumas escolas o número de alunos em tratamento é bem maior que o estimado (mais informações nesta página). "A dificuldade de aprendizado passou a ser sinônimo de problema com a criança, quando às vezes o problema é da escola", afirma Assumpção. Escola ruim, continua, não é só aquela que não ensina direito, mas também aquela que não respeita o ritmo biológico de cada criança. "Exigir que se aprenda a escrever com 4 anos, por exemplo, é um absurdo", diz o médico.

Para o chefe da psiquiatria infantil da Santa Casa do Rio, Fábio Barbirato, os excessos existem, mas estão restritos às grandes metrópoles. "Nos locais mais pobres do País ainda há muita criança com TDAH sem tratamento", diz.

A idéia de que os jovens estão sendo supermedicados, afirma Guilherme Polanczyk, psiquiatra especialista em infância e adolescência e professor da USP, está baseada numa parcela pequena da população. "Você percebe o aumento do consumo nas classes mais ricas, que têm mais acesso a tratamento."

Tanto Barbirato como Polanczyk defendem os medicamentos à base de metilfenidato como primeira escolha de tratamento para TDAH. "Psicoterapia ajuda, mas controlar os impulsos e focar a atenção só se consegue com remédios", diz Polanczyk.

Ambos também concordam que a falta de tratamento pode deixar o doente mais sujeito a comportamentos de risco, como usar drogas, dirigir de forma imprudente e se envolver em brigas.

"Não podemos demonizar o remédio", afirma Iane Kestelman, presidente da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). "Quando se tem mais acesso à informação sobre a doença, é natural que se aumente o uso da medicação. Mas essa conta não deve ser paga pelo portador de TDAH."

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS


Causas

A genética tem papel fundamental, mas fatores ambientais como fumo na gestação e baixo peso no nascimento podem estar envolvidos.

Três perfis

Há o tipo predominantemente hiperativo, outro principalmente desatento e um terceiro tipo combinado.

Gênero

O transtorno é três vezes mais comum em meninos, mas o tipo desatento é mais frequente nas meninas.

Karina Toledo e Mariana Mandelli, Sergio Neves - O Estado de S.Paulo
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100808/not_imp592033,0.php

domingo, 1 de agosto de 2010

Uso abusivo de bebida e cigarro, visto com certa naturalidade nessa faixa etária, piora doenças e afeta qualidade de vida

Excesso de bebida e fumo durante a velhice ainda são aceitos indevidamente por famílias e médicos e não recebem a atenção devida dos pesquisadores. Como consequência, agravam problemas crônicos nos idosos. O alerta foi feito pela enfermeira gerontologista Madeleine Naegle, professora do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da Universidade de Nova York, durante o 17.º Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia.

Em São Paulo, cerca de 9% da população idosa consome álcool em excesso, segundo estudo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Entre os idosos que nunca estudaram está o índice mais alto: 15,9%. No Brasil, pesquisas mostram que 12% dos idosos bebem pesado, 10,4% confessam ter problema com o binge drinking (em uma só ocasião tomar várias doses) e 3% são dependentes. "A prevalência de fumo caiu 35% no Brasil, mas não entre idosos", destacou ainda a enfermeira.

"Só agora as pesquisas falam de dependência de álcool e cigarro entre os velhos. Os médicos não perguntam sobre dependência de drogas, condição que piora com o uso concomitante de diversos medicamentos pelo idoso", afirmou Madeleine. "Às vezes as pessoas dizem que o cigarro ou a bebida são a única coisa que resta ao idoso, mas não é verdade", complementa.

O maior risco desse consumo está nos efeitos do álcool no organismo: perda de massa muscular, prejuízos ao cérebro, hipertensão, comprometimento do fígado e um risco maior de interação negativa com os medicamentos. O álcool e o fumo, além disso, exacerbam as doenças crônicas mais comuns no idoso, como problemas no coração, diabete, artrite e câncer.

Ela defende que médicos sejam enfáticos na apresentação dos ganhos de qualidade de vida que ocorrem com o tratamento da dependência com medicamentos e psicoterapia. "Um ano ou 20 anos que restam podem ser anos de qualidade de vida."

Para a psicóloga Sueli Freire, da Universidade Federal de Uberlândia, os hábitos adquiridos pelas pessoas durante a vida são essenciais para uma boa velhice. "É possível mudar, mas só se o indivíduo tiver uma razão forte para isso, se for convencido. Alguns pacientes dizem, brincando, que não se muda cachorro velho.
Muda-se, sim. Basta um bom treinador."

Fabiane Leite - O Estado de S.Paulo
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100731/not_imp588541,0.php