domingo, 27 de junho de 2010

Grupo invade clínica de reabilitação e mata 9 no México

Um grupo armado invadiu uma clínica de reabilitação e matou nove homens no estado de Durango, no México. O atentado ocorreu neste sábado, segundo informações das autoridades locais. Outros nove homens ficaram feridos.

A procuradoria da justiça informou que entre as vítimas está o proprietário da clínica. O local tinha 50 pessoas internadas. Alguns conseguiram fugir no momento do ataque.
Os corpos das vítimas, que tinham entre 17 e 50 anos de idade, foram encontrados em diversos lugares da clínica.

Outro ataque

Este é o segundo ataque a clínicas de recuperação de drogados no México em 2010. Em 11 de junho, 19 pessoas foram mortas em outro centro de reabilitação para dependentes químicos no estado vizinho de Chihuahua.

Os ataques a estes locais têm sido atribuídos a acertos de contas do narcotráfico porque vendedores de drogas os estariam utilizando para se esconderem de grupos rivais.

No ano passado, também no estado de Chihuahua, mas na fronteiriça Ciudad Juárez, houve vários ataques a centros de reabilitação de toxicômanos, entre os quais se destaca o ocorrido em setembro, quando foram assassinados 18 jovens no conhecido "El Aliviane".

Nos últimos dois anos, episódios ocorridos em centros de ajuda a viciados em drogas deixaram mais de 50 mortos no estado.

Com agências internacionais
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/757925-grupo-invade-clinica-de-reabilitacao-e-mata-9-no-mexico.shtm

sábado, 26 de junho de 2010

Pelo menos 1% da população usa tranquilizantes de forma abusiva, afirma psiquiatra

No Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico de Drogas uma questão merece maior atenção: o uso abusivo de tranquilizantes. Segundo o médico do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), Ivan Mário Braun, pelo menos 1% da população usa tranquilizantes de maneira abusiva.

O integrante do grupo interdisciplinar de estudos de álcool e drogas (Grea) explica que, em função das restrições impostas ao consumo álcool, existem grupos que usam comprimidos para obter efeitos semelhantes àqueles alcançados com a ingestão de bebidas alcoólicas. Dessa forma, a detecção dessas substâncias no organismo é mais difícil que a do álcool.

“O uso abusivo de tranquilizantes atinge cerca de 1% da população, cifra menor que a das demais drogas, mas numa população de 190 milhões de habitantes representa um grupo significativo”, disse Braun. O psiquiatra afirmou que a liberação do uso de drogas em alguns países pode inibir o tráfico, mas o consumo também pode aumentar.

O tema da campanha do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (Unodc), lançada este ano no Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico de Drogas é "Pense em saúde, não em drogas".
 
Agência Brasil
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/06/26/cienciaesaude,i=199580/PELO+MENOS
+1+DA+POPULACAO+USA+TRANQUILIZANTES+DE+FORMA+ABUSIVA+AFIRMA+
PSIQUIATRA.shtml

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Lula declara guerra contra o crack



http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1287085-7823-LULA+DECLARA+GUERRA+CONTRA+O+CRACK,00.html

Caps Amazônia, mais um grande avanço em Saúde Mental

Com novo endereço e novo nome, foi reinaugurado, nesta sexta-feira (18), o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da Marambaia, que atende a 512 pacientes portadores de transtorno mental dos bairros da Marambaia, Satélite, Benguí, Cabanagem, Tapanã, Val-de-Cães, Souza, Parque Verde, Atalaia, Sideral e Castanheira.

Chamado agora de Caps Amazônia, o serviço funciona na Passagem Dalva, no bairro da Marambaia, em uma casa com mais espaço físico e conforto para usuários, familiares e profissionais de saúde. Cada ambiente da casa tem um nome regional: Espaço Muiraquitã, Sala Pará, Rondônia, Amazonas, Roraima, Tocantins, Tamba-Tajá, Jatobá, Espaço Uirapuru, Salão Marajoara e a cozinha Açaí.

A programação de reinauguração contou com a presença da diretora técnica da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Domingas Alves, do coordenador estadual de Saúde Mental, Rodolfo Valentim, do diretor da 1ª Regional de Saúde, Márcio Maués e convidados.

Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), o Centro de Atenção Psicossocial é um serviço que substitui a internação psiquiátrica e tem o objetivo de promover a inserção social das pessoas portadoras de transtorno mental na família, no trabalho e na comunidade, com a ajuda de uma equipe multidisciplinar. O modelo tem como lema "inserir sim, segregar não".

O Caps Amazônia está localizado na área de abrangência da 1ª Regional de Saúde da Sespa e tem como missão "assegurar aos pacientes portadores de transtorno mental grave ou persistente, atendimento integral, visando a sua reinserção na sociedade. O Centro atende a pacientes encaminhados do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, das Unidades de Saúde e também demanda espontânea.

Como Caps tipo I, oferece atendimento individual, em grupo, oficinas terapêuticas e atividades comunitárias, incluindo, por exemplo, consultas especializadas, fornecimento de medicamentos, passeios, comemoração de datas festivas, assembleia de pacientes e familiares, visitas domiciliares, atendimento à família e atividades comunitárias.

Para Rodolfo Valentim, a mudança de nome e endereço representa mais uma conquista da Política de Saúde Mental no Estado, uma vez que melhora as condições de atendimento aos usuários e de trabalho para os profissionais de saúde.

Segundo Rodolfo, a Política de Saúde Mental tem avançado bastante nos últimos três anos e meio, "pois em 2006 havia apenas 29 Caps no Pará e hoje temos 47, fortalecendo a política da desospitalização das pessoas com sofrimento psíquico". "E há perspectiva de inaugurarmos mais oito Caps em oito municípios, alcançando uma boa cobertura", acrescentou.

Ele também lembrou que foi feita reestruturação da Clínica Psiquiátrica do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, permitindo a ampliação de dez para 24 leitos de internação. E que em maio, o Pará ganhou a sua primeira Residência Terapêutica, onde moram oito pacientes remanescentes do Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira e da Unidade de Recuperação Psicossocial (URP) (antigo Ciaspa).

De acordo com a diretora do Caps Amazônia, Goretti Martins, a mudança mais significativa foi o espaço físico, contribuindo para o melhor desenvolvimento de todas as atividades do Caps, com mais conforto para usuários e trabalhadores de saúde. "E com esse espaço temos condições de futuramente torná-lo Caps III, com funcionamento 24 horas".

A diretora técnica da Sespa, Domingas Alves, elogiou e agradeceu pelo trabalho dos profissionais, ressaltando que "só trabalha no Caps quem se doa e tem amor ao próximo", portanto são profissionais que gostam realmente do que fazem.

Domingas alertou que é preciso falar de doença mental como se fala se qualquer outra doença, principalmente porque "transtorno mental é a doença da alma, doença do século, e ninguém está imune a ela".

"O Caps Amazônia é um exemplo de serviço de qualidade em saúde mental oferecido aos usuários do SUS e reforça a política do governo atual do cuidado com as pessoas, acolhendo-as e as tratando com respeito e dignidade", concluiu.

Serviço: O Caps Amazônia fica na Avenida Tavares Bastos, Passagem Dalva nº 377, entrada ao lado do Supermercado Yamada. Telefone: (91) 3238-0511.

Roberta Vilanova - Sespa
Agência Pará
http://www.agenciapara.com.br/exibe_noticias_new.asp?id_ver=65213

Pediatras e psiquiatras se unem para cuidar da saúde mental de crianças de 0 a 6 anos

Do nascimento à adolescência, a criança terá no mínimo 20 consultas com o pediatra, para avaliar sua saúde física e prevenir doenças. Já a saúde mental só será percebida se virar um problema para pais e mães, a maioria refém do modo de vida contemporâneo, em que predominam o estresse, as muitas horas fora de casa, as dificuldades para impor limites e, muitas vezes, a terceirização da educação a babás e escola. Os reflexos da modernidade e da competitividade incidem sobre os filhos. No corre-corre da rotina, são cada vez mais cedo submetidos a provas rígidas, precisam dar conta de grande quantidade de deveres de casa, têm menos tempo para brincar e muitas vezes isolam-se em frente a telas de TV, videogames, computadores.

Mas algumas mudanças já podem ser vislumbradas nesse cenário. Até o fim do ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria, atendendo a um pleito antigo de psiquiatras da área infantil, começará a capacitar os pediatras para que eles identifiquem também a quantas anda a saúde mental da criança. Um dos objetivos é diagnosticar precocemente problemas graves, como o autismo, para o tratamento ser iniciado imediatamente. Mas o desafio não se restringe às patologias: o pediatra também será fundamental para perceber comportamentos inadequados e dificuldades dos pequenos, como agressividade, problemas de aprendizagem, ansiedade e medos. E poderão passar a bola para o psiquiatra orientar a família no tratamento.

- É muito importante acompanhar as crianças entre 0 e 6 anos, para percebermos os sinais de alerta. Muitas vezes, a criança está só passando por uma fase mais difícil porque vai ganhar um irmãozinho e orientamos a família a ajudá-la. Outras vezes, há uma dificuldade simples que a impede de avançar na escola e ninguém percebe. E há também casos mais graves, como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e autismo. O bacana é que todas essas crianças que vão ao ambulatório são acompanhadas até os 15, 16 anos - diz a psiquiatra Gabriela Dias, coordenadora do Ambulatório Pré-Escolar da Santa Casa, autora junto com o marido e psiquiatra Fabio Barbirato, chefe do Setor de Psiquiatria Infanto-Juvenil da Santa Casa, de "A mente de seu filho" (Agir), um guia para a família estimular as crianças e identificar distúrbios psicológicos na infância.

Ansiedade atinge crianças pequenas

O.K., saúde mental é importantíssima, mas será que crianças tão novas precisam realmente de um acompanhamento? Segundo Barbirato e Gabriela, sim. Primeiro, porque nesta fase, até os 6 anos, é possível prevenir problemas mais graves no futuro, só com a terapia familiar e orientações simples, e evitar que um probleminha vire um problemão. E depois porque pesquisas internacionais, como a coordenada pela psiquiatra americana Hellen Egger, mostram que cerca de 10% das crianças entre 0 e 6 anos têm algum transtorno psiquiátrico grave, que causa grande comprometimento em suas vidas.

- Pouco se falava de ansiedade e depressão na infância e hoje já sabemos que 10% das crianças sofrem do problema. É duas vezes mais frequente na infância que TDAH e autismo. E, segundo a Organização Mundial de Saúde, ansiedade e depressão são muito mais incapacitantes na vida $ do que qualquer outra doença - explica Barbirato.

Mas aquela criança agitada, ansiosa, ligeiramente estressada se enquadra nesses 10%?

- Não - garante Gabriela. - Nesses 10% é quando ocorre o comprometimento: a criança que não quer mais ir à escola, sair de casa, ver amigos.

Jéssica, de 9 anos, paciente da Santa Casa, faz parte dessa porcentagem. Diagnosticada com Transtorno de Ansiedade Generalizada, ela é tratada com terapia:

- Eu sou muito ansiosa, perco o sono, tenho bruxismo. Estudo, sei a matéria, mas sempre acho que vou me dar mal na prova. E fico estudando mais e mais.

Vitoria, de 9 anos, de olhar sério e poucos sorrisos, sente um enorme complexo de inferioridade, como definiu sua tia, apesar de muito inteligente. É super-responsável, preocupada ao extremo, e agora acha que tem poucos amigos na escola.

- Eu tinha algumas amigas, elas arrumaram novas e eu fiquei sobrando. Agora estou me esforçando para fazer outras amizades - conta.

Dados epidemiológicos apresentados no Congresso da Academia Americana de Psiquiatria da Infância e Adolescência em 2007 mostram que os transtornos de ansiedade são os mais comuns na fase pré-escolar, seguidos por transtorno opositivo-desafiador, TDAH e depressão.

- Mas o foco principal do ambulatório pré-escolar e desse trabalho integrado com os pediatras não é a doença. Queremos, sim, identificar logo alterações de temperamento, reconhecer aquele que é mais introspectivo, o mais agressivo, os problemas de convivência em grupo, as dificuldades de cognição, a birra frequente, os comportamentos inadequados, para ajudar a família. O tratamento consiste basicamente na orientação aos pais. Temos que ouvir a família e saber que nela está a chave da mudança - destaca Barbirato.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Eduardo Vaz, é o pediatra quem entende de desenvolvimento infantil e daí a importância da parceria com o psiquiatra. As etapas do desenvolvimento cognitivo e físico são muito individuais e compreendem uma faixa etária extensa, mas alguns marcos - como uma criança de 1 ano e meio não estar falando nada - não podem ser desprezados. E compreender essas etapas, serviço que o livro de Barbirato e Gabriela destrincha para os pais, ajuda tanto a não minimizar os diagnósticos como também a não maximizá-los.

- O desenvolvimento do cérebro é muito importante até os 6 anos, mas principalmente até os 3. Quem não recebe afeto nos primeiros anos de vida dificilmente vai gostar do outro. O pediatra precisa entender a dinâmica da família. Temos 35 mil pediatras no Brasil. Se eles estiverem treinados para identificar doenças ou problemas de comportamento da criança, tudo pode ficar mais fácil - explica Vaz, que destaca o trabalho do pediatra Ricardo Halpern, presidente do Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da SBP. - Houve uma mudança grande no estilo de vida dos pais e dos filhos. E há uma busca desenfreada pelo sucesso. Isso gera um impacto sobre a saúde mental das crianças.

Simone Intrator
http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/06/18/pediatras-psiquiatras-se-unem-para-cuidar-da-saude-mental-de-criancas-de-0-6-anos-916919913.asp

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Lavrador buscou isolamento proposital para cometer crimes

José Agostinho Bispo Pereira, o lavrador acusado de abusar sexualmente da própria filha por 17 anos em uma ilha no norte do Maranhão, sabia que agia de forma errada e buscou o isolamento de propósito, para perpetrar tais atos. Essa é a avaliação de duas especialistas com experiência forense ouvidas pelo Terra, que analisaram os fatos tornados públicos desde o dia 9 de junho, quando Pereira foi preso.

Lorena Caleffi, psiquiatra gaúcha que já atuou na área forense e, atualmente, é responsável pela Revista de Psiquiatria da Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul e Fátima França, psicóloga jurídica e perita criminal na Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, analisaram as reportagens veiculadas na imprensa brasileira e afirmam: tudo indica que o pedófilo sabia que tinha uma conduta anormal.

"O criminoso já tinha sido casado, o que nos faz pensar na possibilidade de ele ter optado por este tipo de vida justamente para isolar as vítimas, que viviam sob ameaça para não fugir", analisa Lorena. "Muitas vezes, a pessoa busca esse isolamento para que as outras pessoas não tenham conhecimento do que acontece. Quanto maior o isolamento, ele terá mais controle sobre a situação", completa Fátima. "Ele tinha uma clara noção de que aquilo era errado", diz ela.

Apenas uma entrevista psiquiátrico-legal, ressalta Lorena, permite determinar o nível de distúrbio mental do lavrador, assim como sua noção de estar cometendo um crime. Porém, ela acrescenta que são normalmente os psicóticos (que sofrem alucinações, por exemplo) que perdem a noção de que seus atos são criminosos.

"Os casos de pedofilia raramente são acompanhados de sintomas psicóticos deste tipo. O mais comum é o indivíduo ter noção da inadequação de sua orientação sexual e tentar escondê-la", acrescenta.
Fátima França admite ser possível que o lavrador, mesmo conhecendo as normas sociais, não sinta culpa pelo que fez. E observa que "muitos criminosos acreditam ter a razão a seu lado, mesmo sabendo ser contra a lei". Fátima lembra que o aspecto cultural é uma influência importante: "Há regiões em que isso é menos anormal do que em outras".

A vítima, no entanto, podia desconhecer que vivia em situação de abuso, diz Fátima. A filha do lavrador passou 17 dos seus 29 anos de vida isolada na ilha Experimento, com o pai e os filhos gerados por eles - das sete crianças, Pereira nega a paternidade de uma. "Se ela não tem parâmetros de outras relações, pode achar que aquilo está certo, que é normal. Não tem plena consciência do que está fazendo, sequer consegue avaliar. Normalmente entram aí também uma série de ameaças por parte do abusador", analisa.

Caso Fritzl

As especialistas avaliam que o distúrbio sofrido pelo lavrador maranhense é muito semelhante àquele do engenheiro austríaco Josef Fritzl, preso em 2008 (e condenado à prisão perpétua em 2009) por manter a própria filha em cativeiro por 24 anos e ter também sete filhos com ela.

"Eles têm o mesmo perfil de personalidade perversa. São casos de violência intrafamiliar que apontam distúrbios bem semelhantes", diz Fátima. E o fato de viverem em condições distintas, dizem as especialistas, não ameniza os crimes, só piora o do austríaco, já que era um homem que estudou, bem informado e que estava dentro da comunidade. Isso causa "um choque maior", na opinião de Fátima.

Desde que a história de Fritzl foi descoberta, já vieram à tona casos semelhantes na Austrália, na Polônia e na Argentina.

Fabiano Rampazzo e Guilherme Mergen
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4489852-EI5030,00-Lavrador+buscou+isolamento+proposital+para+cometer+crimes.html

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Álcool: 33% dos jovens de escolas privadas de SP já tomaram porre

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgaram, nesta segunda-feira (7/6), um levantamento inédito sobre o consumo de drogas entre estudantes de escolas privadas paulistanas.

O estudo – que contou com apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxilio à Pesquisa Regular – teve a participação de 5.226 alunos do 8º e 9º ano do ensino fundamental e dos três anos do ensino médio, em 37 escolas.

De todas as drogas o álcool se mostrou, de longe, a mais usada: 40% dos estudantes haviam bebido no mês anterior à pesquisa, enquanto 10% haviam consumido tabaco, a segunda droga mais prevalente. O álcool é também a droga que começa a ser consumida mais cedo, com média de idade de 12,5 anos. O primeiro consumo de álcool ocorreu em casa para a maior parte dos entrevistados: 46%.

Segundo a coordenadora do estudo, Ana Regina Noto, pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Unifesp, um dos dados que mais chamaram a atenção no levantamento é que, no ensino médio, 33% dos alunos consumiram álcool no padrão conhecido como binge drinking – ou “beber pesado episódico” – no mês anterior à pesquisa.

O comportamento binge se caracteriza pelo consumo, na mesma ocasião, de cinco ou mais doses de 14 gramas de etanol – valor correspondente a cinco latas de cerveja (ou copos de vinho ou doses de bebida destilada).

“O estudo revelou padrões de consumo que merecem atenção entre os estudantes da rede particular, em especial em relação ao álcool. Um terço dos alunos do ensino médio relatou prática de binge drinking no mês anterior ao estudo, o que é uma porcentagem extremamente elevada. Esse comportamento traz alto risco, pois o adolescente embriagado fica em situação de vulnerabilidade em vários aspectos da vida, favorecendo brigas, acidentes de trânsito e sexo desprotegido, por exemplo”, disse Ana Regina à Agência FAPESP.

De acordo com a pesquisadora, o estudo indica que ações preventivas contra drogas em ambiente escolar devem ser iniciadas em idades precoces, com ênfase em drogas lícitas como o álcool e o tabaco. E, no ensino médio, o padrão binge de consumo deve ter atenção especial.

“Muitas vezes as campanhas preventivas são focadas em drogas como maconha e cocaína. Mas essas são consumidas em faixas etárias mais altas e contextos sociais diferentes. O estudo mostrou que cerca de 80% dos estudantes do ensino fundamental e 70% do ensino médio nunca usaram qualquer droga exceto álcool e tabaco”, disse Ana Regina.

Mesmo entre os adolescentes que utilizaram outras drogas, nada se aproximou do padrão de consumo caracterizado pelo comportamento binge relacionado ao álcool. “Se há uma droga que representa risco para o adolescente é, sem dúvida, o álcool e esse comportamento de se embriagar”, afirmou.

O estudo também identificou fatores de risco e de proteção ligados ao consumo das drogas. No caso do comportamento binge, os principais fatores de risco foram faixa etária mais elevada, maior poder aquisitivo, maior número de saídas noturnas e presença de modelos em casa.

A idade média de início de uso das substâncias psicoativas ficou em 12,5 anos para o álcool, 13,5 anos para o tabaco e para calmantes, 14 anos para inalantes e 14,5 anos para maconha, cocaína e estimulantes tipo anfetamina (ETA).

O Cebrid, fundado em 1978, realiza desde a década de 1980 levantamentos epidemiológicos sobre o consumo de drogas entre estudantes da rede pública, mas, até agora, havia uma lacuna do conhecimento em relação à rede privada. O estudo atual também é o primeiro a considerar o binge drinking e a envolver os fatores de risco.

“Os resultados mostram que a proporção de estudantes que relatou já ter consumido substâncias psicoativas é semelhante à registrada em estudos anteriores com alunos da rede pública de ensino, mas alguns padrões de consumo apresentaram diferenças. A frequência de consumo de álcool foi maior nas escolas públicas. Mas nas particulares, em compensação, quando os estudantes bebem estão mais sujeitos ao exagero”, disse Ana Regina.

O estudo indicou que o comportamento binge drinking no mês anterior à pesquisa estava mais presente entre os meninos (26,8%), mas também foi elevado entre as meninas (21,7%). Cerca de 7,3% dos meninos e 5,4% das meninas relataram ter bebido no padrão binge de três a cinco vezes no último mês. “Isso sugere que a prática é comum entre adolescentes”, disse Ana Regina.

Vários fatores se mostraram associados à prática de binge drinking no mês que antecedeu a pesquisa, segundo o estudo. Entre alunos do ensino médio, por exemplo, morar com alguém que se embriaga aumentou duas vezes a chance de ocorrência desse comportamento. Sair à noite uma vez por semana aumentou as chances em 9,5 vezes. Sair à noite todos os dias aumentou as chances de comportamento binge em 20 vezes.

“Isso não quer dizer que se deva prender o adolescente em casa. Mas devemos dar atenção à negociação de limites e aos exemplos familiares. Esses fatores de risco não são causais, apenas indicam uma correlação. O adolescente que arrisca no consumo de drogas também se arrisca em outros aspectos da vida. As ações preventivas não devem focar apenas nas substâncias, mas o desenvolvimento do adolescente em relação a comportamentos agressivos, hiperatividade e dificuldades de aprendizado, por exemplo”, afirmou a pesquisadora do Cebrid.

Outros fatores de risco para o comportamento binge, segundo a pesquisa, foram o sexo (o risco aumenta em 70% entre os meninos), idade (50% para cada ano a mais), pais separados (30% mais risco), não confiar em Deus (40%) e não conversar com os pais (60%). A condição socioeconômica também influencia: o risco é duas vezes maior entre os alunos das escolas com mensalidade acima de R$ 1,2 mil.

“Apesar de a condição socioeconômica ter sido um fator de risco em relação ao binge drinking, é impressionante a semelhança entre os padrões de consumo e os tipos de drogas presentes nas escolas privadas e públicas. Notamos grandes diferenças com resultados de outros países, mas os estudos feitos aqui sugerem que há uma cultura brasileira de consumo de drogas bastante bem definida”, disse.

Maconha e cocaína
Segundo o estudo, o primeiro consumo de álcool ocorreu principalmente na casa do adolescente (46%), na casa de amigos (26%) e em casas noturnas (15%). A bebida foi oferecida pela primeira vez por familiares (46%) ou amigos (28%). Apenas uma parcela de 21% respondeu “peguei sozinho”. Os meninos deram preferência à cerveja e as meninas às bebidas tipo “ice”, batidas, caipirinha e vinho.

O tabaco, assim como o álcool, esteve mais associado a alunos do ensino médio: 33% dos alunos experimentaram alguma vez na vida, contra 14,8% do ensino fundamental. Os fumantes regulares (que consomem tabaco mais de 19 dias no mês) correspondem a cerca de 4% dos estudantes do ensino médio e menos de 1% do ensino fundamental. Meninos e meninas fumam em quantidade e frequência semelhantes.

O consumo de inalantes apresentou diferença considerável de gênero: 16,2% dos meninos e 11% das meninas experimentaram alguma vez na vida. O padrão de consumo mais comum foi de um a cinco dias por mês. No ensino fundamental, os tipos de inalantes preferidos foram o esmalte e acetona (41,7%) e gasolina (38,4%). Já entre os estudantes do ensino médio, os mais comuns foram os inalantes ilegais: “lança” e “loló” (71,9%).

“O estudo indica diferenças de gênero e escolaridade em relação ao consumo de maconha. Cerca de 5% dos meninos fumaram a droga no mês anterior à pesquisa, contra 2,5% das meninas. A maior prevalência do uso de maconha esteve entre os estudantes do ensino médio: 16% já utilizaram alguma vez na vida, contra 3,8% do ensino fundamental”, disse Ana Regina Noto.

Cerca de 3,2% dos meninos experimentaram cocaína pelo menos uma vez na vida. Segundo o estudo, a droga parece ser mais comum entre os meninos, mas o número de observações é baixo demais para garantir a validade dos dados.

O consumo de calmantes e anfetaminas, por outro lado, foi mais comum entre as meninas: 7,5% utilizaram calmantes alguma vez na vida, contra 3,2% dos meninos. No ano anterior à pesquisa, essas substâncias foram usadas sem prescrição médica por 5% das meninas e 2,5% dos meninos. O uso de calmantes esteve associado à família. Na primeira ocasião de consumo, a droga foi geralmente oferecida por algum familiar (50%). “Peguei em casa” foi a resposta de outros 38%.

Os adolescentes afirmaram ainda ter utilizado, pelo menos uma vez na vida, drogas como o ecstasy (4,3% dos meninos e 1,7% das meninas), benflogin (2%), anabolizantes (2,5% entre os meninos e 0,2% entre as meninas) e LSD ou chá de cogumelo (2% dos meninos e 1% das meninas).

O consumo “pelo menos uma vez na vida” – que segundo os pesquisadores não caracteriza o adolescente como usuário da droga – foi de 80% para o álcool, 24,6% para o tabaco, 13,6% para inalantes, 10,7% para maconha, 5,3% para calmantes, 3,6% para ETA e 2,2% para cocaína.

Agência Fapesp
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/alcool+33+dos+jovens+de+escolas+privadas+de+sp+ja+tomaram+porre/n1237655782511.html

A vida sexual depois das drogas

Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) atesta que a dupla “sexo e droga” é uma farsa. A existência da segunda é uma forte ameaça ao primeiro.

No caso dos homens, mostram os dados coletados em 295 pacientes em tratamento por uso de maconha, crack, cocaína e álcool, os problemas relacionados ao desempenho sexual, como impotência e ejaculação precoce, ficam muito mais recorrentes.

Para as mulheres – grupo que compõe a segunda etapa do estudo – os especialistas acreditam que o dano é ainda mais nocivo: a região do cérebro ligada à libido e ao prazer é afetada e pode inviabilizar a relação sexual.

“As dependentes químicas têm imensa dificuldade em ter vida sexual sadia, mesmo quando já estão longe das drogas”, afirma autora do estudo Alessandra Diehl, psiquiatra especializada em dependência química e sexualidade. “Muitas mulheres usam o sexo para conseguir drogas durante o vício. Por isso, fica delicado encarar a relação sexual naturalmente após o tratamento. Ou as pacientes associam o sexo a uma possível recaída ou simplesmente não querem mais contato sexual com ninguém”.

Impotentes, promíscuos e doentes
Os dados da pesquisa da Unifesp, ainda preliminares, mostram que 47% dos usuários de drogas apresentam queixas de disfunção sexual, 14 pontos acima do índice de transtornos detectado na população em geral (33%, segundo levantamento do programa de sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas).

Além de conviverem com mais problemas sexuais, 68% dos participantes afirmaram negligenciar o preservativo durante as relações sexuais – 41% não usam e 27% usam esporadicamente – um passo arriscado em direção às doenças sexualmente transmissíveis, que também podem causar disfunção erétil e dor durante o sexo.

“O que nos chamou atenção é que quando questionados porque não usam preservativo, a resposta mais frequente dos dependentes foi ‘tenho um relacionamento fixo’”, explica Alessandra. “Esta informação contrasta com outro dado identificado no levantamento. Em média, os pacientes estudados informaram ter cinco parceiros sexuais diferentes durante o ano, um comportamento promíscuo para os padrões da OMS (Organização Mundial de Saúde), que define como três parceiros anuais o índice aceitável”, afirma a médica ao completar que a constatação serve de termômetro do quanto a visão do que é um relacionamento estável também é comprometida pelo uso da droga. “Tudo é muito efêmero. Nada é mais aprofundado.”

Diagnóstico feminino
Na primeira etapa do estudo da Unifesp, a maior parte dos pesquisados foi de homens. As poucas mulheres participantes trouxeram a evidência de que a sexualidade feminina após a dependência precisa ser mais pesquisada, aprofundada e trabalhada durante o tratamento.

“Só para citar um exemplo, uma das mulheres participantes teve 120 parceiros sexuais em um ano. Como ela vai reconstruir a vida sexual sem a droga?”, questiona Alessandra Diehl.

A psiquiatra da Associação Brasileira de Estudo do Álcool e outras Drogas (Abead), Carla Bicca, acrescenta que, com o início cada vez mais precoce das meninas no universo das drogas, muitas nunca nem sequer experimentaram uma relação sexual sem estarem intoxicadas.

“Elas fazem do corpo moeda de troca para conseguir a droga, inclusive as meninas que são de classe média alta”, afirma Carla Bicca. “Além disso, a cocaína e o crack, em especial, afetam com muita intensidade a região do cérebro responsável pelo prazer. Com isso, para elas fica mais difícil ter prazer em outra situação sem ser com o uso das drogas”, completa Carla.

Na cama após o crack
As duas drogas que comprometem a área cerebral ligada ao prazer registraram aumento escalonado de dependentes do sexo feminino. Dados dos centros de tratamento de saúde do Estado de São Paulo mostram que em dois anos aumentou em 91% a procura de mulheres por este tipo tratamento.
Daniel Cordeiro, psiquiatra responsável pela unidade de tratamento e internação pública de dependência química localizada em São Paulo, disse em entrevista recente ao Delas que a maioria das pacientes entra no universo das drogas levada pelas mãos de um namorado, companheiro ou marido. “A dependência elas constroem junto com eles. A recuperação não”, constatação que aumenta o leque de dificuldades para reconstruir uma vida sexual de qualidade após o vício.
Uma balconista de 21 anos foi uma das que chegou na clínica e deixou o marido dependente ainda na companhia do crack. Pouco antes de receber alta dos três meses de internação, ela tinha medo de voltar para Franco da Rocha (município onde mora), beijar quem ela chama de amor da sua vida, e sentir vontade de acender novamente o cachimbo.
A jovem, assim como outras pacientes de várias idades (Marlene, de 45 anos, que não lembra da última vez que deitou com alguém sem estar alcoolizada) participam de um projeto piloto das clínicas mantidas pela Unifesp para, de forma simultânea no processo de recuperação, começarem a tentar reconstruir também a vida sexual após a dependência.
 
http://www.oriobranco.net/noticias/2108-a-vida-sexual-depois-das-drogas.html

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Fuja do Hospital Psiquiátrico!!!

Você está preso num hospital psiquiátrico do qual não vê a hora de sair. Escapar é sua idéia fixa. Mas para fazê-lo precisa ser rápido, veloz, astuto e inteligente. A cada 5 minutos uma enfermeira vem vigiar seu quarto e por isso o único jeito de escapar do hospital sem deixar suspeita é escapar no intervalo dos 5 minutos! Uma nova aventura do tipo "fugindo do quarto" que o colocará mais uma vez numa prova difícil, forçando-o a procurar documentos importantes por todo lugar para se salvar. Como todo jogo do tipo "aponte e clique", use o MOUSE para interagir com o ambiente com os elementos da aventura.


terça-feira, 1 de junho de 2010

Steve Jobs minimiza taxa de suicídio em empresa que fabrica o iPhone

Questionado por e-mail sobre os casos recentes de mortes na Foxconn, que fabrica o iPhone na China, Steve Jobs, executivo-chefe da Apple, respondeu que a taxa de suicídio na empresa é muito menor do que a média no país asiático, segundo o site MacStories.

"Embora todo suicídio seja trágico, a taxa de suicídio da Foxconn é bem menor do que a média na China", escreveu Jobs, em resposta ao fã da marca Jay Yerex.

Jobs concluiu a mensagem com a frase "We are all over this", que foi entendida erroneamente por Yerex como "estamos fartos disso" --na verdade, o fundador da Apple quis dizer que a empresa estava se debruçando sobre os casos.


Contrariado, Yerex questionou a expressão e recebeu uma segunda resposta de Jobs: "Você deve se educar. Nós fazemos mais do que qualquer outra empresa no planeta".

Yerex replicou dizendo que havia achado a frase em questão confusa ou ofensiva.

Em uma terceira mensagem, Jobs escreveu: "É uma expressão americana que quer dizer que isso tem nossa atenção completa".

Em 26 de maio, foi registrado o décimo suicídio de um funcionário da Foxconn.

As mortes chamam atenção para as práticas de trabalho da empresa, unidade da taiwanesa Hon Hai Precision Industry, cujos clientes incluem Apple, HP e Sony Ericsson.

A Apple e outros clientes disseram que estão investigando as condições de trabalho na Foxconn, que enfrenta críticas sobre sua cultura corporativa secreta.

http://www1.folha.uol.com.br/tec/744032-steve-jobs-minimiza-taxa-de-suicidio-em-empresa-que-fabrica-o-iphone.shtml